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2012 - Livro Vermelho 2013

Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) Mears LC

Informações da avaliação de risco de extinção


Data: 04-04-2012

Criterio:

Avaliador: Marcus Alberto Nadruz Coelho

Revisor: Miguel d'Avila de Moraes

Analista(s) de Dados: CNCFlora

Analista(s) SIG:

Especialista(s):


Justificativa

Espécie com ampla distribuição geográfica na costa atlântica, sendo encontrada, também, no Cerrado.

Taxonomia atual

Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.

Nome válido: Blutaparon portulacoides (A.St.-Hil.) Mears;

Família: Amaranthaceae

Sinônimos:

  • > Philoxerus portulacoides ;
  • > Iresine portulacoides ;
  • > Iresine portulacoides var. commersoni ;

Mapa de ocorrência

- Ver metodologia

Informações sobre a espécie


Notas Taxonômicas

Descrita em Taxon 31: 115. 1981.Espécie conhecida popularmente como "pirrixiu", "bredo-de-praia" e "capotiraguá" (Siqueira, 2002; Bertier et al., 2008).

Dados populacionais

As populações de B. portulacoides destruídas pelas mares de tempestades de inverno retornam a mesma cobertura com o crescimento horizontal dos rizomas durante a primavera-verão subsequentes (Pfadenhauer, 1978 apud Bernardi et al., 1987). Em observações feitas após ressaca incidente em subpopulações de B. portulacoides, verificou-se que as plantas se recuperaram, porém sua faixa de distribuição ainda fosse sete vezes menor que anteriormente a incidência da ressaca (v. Bernardi; Cordazzo; Costa, 1987).

Distribuição

A espécie não é endêmica do Brasil, ocorrendo amplamente aqui nas regiões Nordeste (Maranhão, Ceará, Rio Grande do Norte, Paraíba, Pernambuco, Bahia, Alagoas, Sergipe), Sudeste (Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro) e Sul (Rio Grande do Sul) (Marchioretto et al., 2012). Ocorre ainda Uruguai, Colômbia, Venezuela (Agudelo H, 2008). A espécie não ocorre acima dos 100 m acima do nível do Mar (Agudelo H, 2008).

Ecologia

Planta suculenta (Boerger; Gluzezak 2006; Cordazzo, 2007) herbácea, heliófila, tipicamente psamófila e halófita (Siqueira, 2002; Agudelo H, 2008). A espécie ocorre nos biomas do Cerrado e Mata Atlântica (Marchioretto et al., 2012), em ambientes xéricos, dunas, sobre terras argilosas e zonas perturbadas, sobre solos rochosos, secos, salinos e arenosos (Agudelo H, 2008). Siqueira (2002) indica sua ocorrência frequente nas áreas ante-dunas das restingas do leste brasileiro, sendo considerada uma espécie pioneira da área de transição entre o ambiente aquático e o terrestre. A espécie está sujeita aos efeitos de mares altas e as concentrações de sal no ambiente, que podem aumentar significativamente e influenciar na germinação de sementes da espécie (Cordazzo, 2007). Para detalhes sobre adaptações estruturais ao ambiente xérico de B. portulacoides, veja Boerger; Gluzezak (2006). É um fator importante o movimento e deposito das dunas sobre o cordão arenosos costeiro, já que pode determinar a sobrevivência e estabelecimento de plântulas B. portulacoides em áreas de pós-praia do sul do Brasil. A espécie portanto, mantém suas subpopulações através de prolongamento de seus estolões, já que apenas uma parte das sementes consegue viabilizar seu crescimento em um ambiente tão desfavorável (Cordazzo, 2007). B. portulacoides pode ser considerada uma planta tóxica que afeta o sistema digestório de ovinos (Bertier et al., 2008).

Ameaças

1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes Os principais fatores de risco apontados para as restingas brasileiras podem ser distribuídos por região da seguinte forma: Região Sul: agricultura, projetos de irrigação, pecuária, ocupação irregular e desordenada, atividades de beneficiamento de carvão, introdução de espécies exóticas, poluição, desmatamento e turismo; Região Sudeste: industrialização, urbanização excessiva, especulação imobiliária, falta de fiscalização, transporte, turismo descontrolado, extrativismo mineral, atividades e políticas municipais equivocadas; Região Nordeste: expansão urbana desordenada, especulação imobiliária, remoção de areia para a construção civil, desmatamento, esgoto e lixo; e Região Norte: especulação imobiliária, pecuária e extração de madeira (MMA, 2002).

Ações de conservação

1.2.2.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: A espécie foi considerada "Vulnerável" (VU) em avaliação de risco de extinção empreendida para a flora do Estado do Rio Grande do Sul (CONSEMA-RS, 2002).

Usos

Referências

- CORDAZZO, C.V. Effects of salinity and sand burial on germination and establishment of Blutaparon portulacoides (St.Hil.) Mears (Amaranthaceae) on backshore of southern Brazil. Neotropical Biology and Conservation, v. 2, n. 2, p. 94-100, 2007.

- BERNARDI, H.; CORDAZZO, C.V.; COSTA, C.S.B. Efeito de ressacas sobre Blutaparon portulacoides (St. Hill.) Mears, nas dunas costeiras do sul do Brasil. Ciência e Cultura, v. 39, n. 5-6, p. 545-547, 1987.

- MATIAS, L.Q; NUNES, E.P. Levantamento Florístico da Área de Preoteção Ambiental de Jericoacoara, Ceará. Acta botanica brasilica, v. 15, n. 1, p. 35-43, 2001.

- HACKBART, V.C.S.; CORDAZZO, C.V. Ecologia das Sementes e Estabelecimento das Plântulas de Hidrocotyle bonariensis Lam. Atlântica, v. 25, n. 1, p. 61-65, 2003.

- C. CABRAL FREIRE, M.C.; MONTEIRO, R. Florística das praias da ilha de São Luís, Estado do Maranhão ( Brasil): Diversidade de Espécies e suas Ocorrências no Litoral Brasileiro. Acta Amazonica, v. 23, n. 2-3, p. 125-140, 1993.

- BOEGER, M.R.T.; GLUZEZAK, R.M. Adaptações estruturais de sete espécies de plantas para as condições ambientais da área de dunas de Santa Catarina, Brasil. Lheringia, v. 61, n. 1-2, p. 73-82, 2006.

- MEDEANIC, S.; CORDAZZO, C.V.; LIMA, L.G. Diversidade polínica de plantas em dunas no extremo sul do Brasil. Gravel, v. 6, n. 1, p. 67-80, 2008.

- MARCHIORETTO, M.S.; SENNA, L.; SIQUEIRA, J.C. Amaranthaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB000042>.

- MARCHIORETTO, M.S. ET AL. Biogeografia da família Amaranthaceae no Rio Grande do Sul. Pesquisas, Botânica, n. n. 59, p. p. 171-190., 2008.

- CONSELHO ESTADUAL DO MEIO AMBIENTE, RIO GRANDE DO SUL. Decreto estadual CONSEMA n. 42.099 de 31 de dezembro de 2002. Declara as espécies da flora nativa ameaçadas de extinção no estado do Rio Grande do Sul e da outras providências, Palácio Piratini, Porto Alegre, Rio Grande do Sul, 31 dez. 2002, 2002.

- SIQUEIRA, J.C. Amaranthaceae. São Paulo, SP: FAPESP, 2002.

- MARCHIORETTO, M.S. Comunicação pessoal da especialista Maria Salete Marchioretto para o analista de dados Eduardo Fernandez, pesquisador do CNCFlora, 2012.

- AGUDELO-H, C.A. Flora de Colombia - Amaranthaceae. 2008. 138 p.

Como citar

CNCFlora. Blutaparon portulacoides in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora. Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Blutaparon portulacoides>. Acesso em .


Última edição por CNCFlora em 04/04/2012 - 19:37:41